quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A uma Colega de Matemática eu teria respondido …

Uma professora de Matemática de Caldas da Rainha  interroga hoje o Ciberdúvidas sobre questões de sintaxe.

Eu teria respondido:
1.     Não há orações substantivas relativas; seriam qualquer coisa e o seu contrário.

2.     Não há orações relativas sem antecedente. Pode este estar incorporado numa forma pronominal, mas o antecedente é condição determinante da existência de orações relativas. Que quererá dizer relativo? – que um pronome se relaciona com algo que o antecede. Se não houver antecedente, não há oração relativa! Como se pode falar em relativas sem antecedente?

3.     Não há orações substantivas com função de predicativo do sujeito.

Na frase: «O mais certo é chover amanhã», chover amanhã é sujeito; o predicado é é o mais certo. Nada mais.
Verbos copulativos ou atributivos são verbos de ligação (ou de cópula): ligam o sujeito ao predicado (que resulta do verbo copulativo mais o atributo).
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4.     A noção de predicativo divulgada pelo Dicionário Terminológico e imposta pelo Ministério da Educação  – e que está na base das dúvidas da nossa Colega de Matemática -  não tem qualquer fundamento, e nunca deveria ter sido aceite, porque, à data da sua publicação, já era um anacronismo.

5.     Finalmente, a descrição sintática da frase que a Colega de Matemática propõe:

Entreguei a encomenda a quem indicaste
            Frase composta ou oração composta
Suj. (oculto) eu; pred.: entreguei a encomenda a quem indicaste; c. dir.: a encomenda; compl.ind.: a quem indicaste.

O pronome indefinido quem tem sempre incorporado um antecedente (aquele,a, es, as) do relativo que (que inicia sempre outra oração).Assim:

Entreguei a encomenda àquele (que indicaste)
Análise da subordinada relativa adjetiva (que indicaste)
Suj. oculto: tu; pred.: indicaste; c.dir.: que


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