As
linhas que perduram
António
Salvado, Edição RVJ Editores Lda
O
António Salvado acaba de publicar um outro livro…de versos, como é natural. Há
muitos anos que ele respira poesia, e, felizmente, o verso não dá quaisquer
sinais de murchar nos seus lábios; antes me parece ganhar qualidade. Tenho a
impressão de que estas suas linhas que
perduram têm qualidade para perdurarem longamente.
Claro
está que este meu juízo não tem qualquer validade crítica; nem eu, em tal
matéria, tenho saber capaz de emitir juízos de valor. Mas sinto que por todos aqueles
versos perpassa uma beleza que não sei explicar, mas que me prende.
Este
livro de poesia não é mera coletânea de momentos poéticos diversos, como há
muitos e, em muitos casos, de grande agrado e merecido sucesso.
LINHAS QUE PERDURAM é livro de tese – e resulta de
uma sucessão de respostas multifacetadas a três momentos de vida: três temas, claramente
definidos:
1:
Da vida / da morte; 2: Névoa com brancuras; 3: A gazela fugidia (elementos para
um outro Cantar dos Cantares).
Por
palavras, decerto menos poéticas (as minhas), este livro é resposta a três
teses: 1: a vida e a morte não são um
mundo fechado em noite escura; 2: porque é sempre possível a esperança – 3: Deveremos,
pois, aspirar a um mundo de luz em percurso místico, porque é em tudo e em
todos que Deus mora (verso 13 de Amado de Albicastro).
Não
faremos uma análise global da obra, que isso é tarefa para críticos literários.
Mas, como professor de português, tomarei um dos seus poemas, e farei aqui a
sua análise como se estivesse ainda a dar aulas. Para um professor os alunos são
eternos.