Verbos
copulativos ou atributivos
1. O Dicionário da Academia das Ciências, e muitas gramáticas, definem assim os verbos copulativos: os que, numa oração estabelecem a ligação entre o nome predicativo do sujeito e o sujeito. Mas a existência de orações copulativas sem sujeito é prova de que esta definição está errada.
2. Deparámos muito recentemente, numa
Gramática de credibilidade firmada, com uma oração assim: Hoje está um
dia de calor. E a análise sintática que propõe é esta: sujeito não tem; predicado:
está um dia de calor; *predicativo do sujeito: um dia de
calor.
Como é que UMA ORAÇÃO SEM SUJEITO poderia ter predicativo do sujeito?
Mais ainda: mesmo que a frase tivesse sujeito, nunca qualquer verbo atributivo
(ser, estar, parecer e outros) aceitaria predicativos do sujeito.
3. Também no Dicionário da Academia das Ciências se afirma que na frase «A criança está contente», «contente»
exerce a função de nome predicativo do sujeito. Mas não. Os verbos atributivos (como ser, estar,
parecer e outros) atribuem ao sujeito qualidades de que eles, verbos
atributivos, são apenas portadores. Daí o nome de
atributivos. Os verbos atributivos são veículos de predicados.
Nas frases: tu és parvo; tu és inteligente a palavra à direita do verbo atributivo (parvo e inteligente) é que é a parte mais importante do predicado; é a única que
traz informação semântica, a única que exprime uma ideia.
Qual, então, a função dos verbos atributivos? Além de servirem de veículo ao predicado, prestam informação gramatical: pessoa, tempo, modo, aspeto…
Na frase O João está triste o verbo estar (atributivo) atribuiu ao João esse atributo (que é o predicado).
Suj.:
o João; predicado: está triste
Os atributos são palavras lexicais (com significado próprio). Quando
veiculadas por verbos atributivos estas palavras formam predicados; quando,
opcionalmente, se juntam a um substantivo para o qualificar são predicativos do
sujeito ou de qualquer complemento.
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