sábado, 13 de julho de 2024

 

Verbos copulativos ou atributivos

1. O Dicionário da Academia das Ciências, e muitas gramáticas, definem assim os verbos copulativos: os que, numa oração estabelecem a ligação entre o nome predicativo do sujeito e o sujeito. Mas a existência de orações copulativas sem sujeito é prova de que esta definição está errada.

2. Deparámos muito recentemente, numa Gramática de credibilidade firmada, com uma oração assim: Hoje está um dia de calor. E a análise sintática que propõe é esta:  sujeito não tem; predicado: está um dia de calor; *predicativo do sujeito: um dia de calor.

Como é que UMA ORAÇÃO SEM SUJEITO  poderia ter predicativo do sujeito? Mais ainda: mesmo que a frase tivesse sujeito, nunca qualquer verbo atributivo (ser, estar, parecer e outros) aceitaria predicativos do sujeito.

3. Também no Dicionário da Academia das Ciências se afirma que na frase «A criança está contente», «contente» exerce a função de nome predicativo do sujeito. Mas não.  Os verbos atributivos (como ser, estar, parecer e outros) atribuem ao sujeito qualidades de que eles, verbos atributivos, são apenas portadores. Daí o nome de atributivos. Os verbos atributivos são veículos de predicados.

Nas frases: tu és parvo; tu és inteligente a palavra à direita do verbo atributivo (parvo e  inteligente) é que é a parte mais importante do predicado; é a única que traz informação semântica, a única que exprime uma ideia.

Qual, então, a função dos verbos atributivos? Além de servirem de veículo ao predicado, prestam informação gramatical: pessoa, tempo, modo, aspeto…

Na frase O João está triste o verbo estar (atributivo) atribuiu ao João esse atributo (que é o predicado).

Suj.: o João; predicado: está triste

Os atributos são palavras lexicais (com significado próprio). Quando veiculadas por verbos atributivos estas palavras formam predicados; quando, opcionalmente, se juntam a um substantivo para o qualificar são predicativos do sujeito ou de qualquer complemento.

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