quarta-feira, 25 de setembro de 2024


Como estudar A SÉRIO a Língua portuguesa?

Com a disponibilidade  da IA, tive  a curiosidade de saber que tipo de respostas dela se obtêm em questões se Sintaxe. E fiz ao Copilot da Microsoft a pergunta seguinte: Copilot, diz-me cá: sendo a primeira abordagem ao estudo duma Língua o conhecimento da sua morfologia, que disciplinas seguintes me sugeres para um seu conhecimento profundo? – e a resposta foi:

1. Sintaxe: Estude a estrutura das frases e como as palavras se relacionam entre si. Isso inclui a análise sintática, concordância e regência.

2. Semântica: Explore o significado das palavras e como elas são usadas em diferentes contextos. Isso ajuda na compreensão e interpretação de textos. Sugeriu, em seguida, a pragmática, a história da língua e, finalmente, a leitura de obras literárias.

Nada de novo, portanto, que viesse alterar as minhas precedências neste estudo, já que eu sempre pus a Sintaxe em primeiro lugar – e tinha que pôr, inicialmente,  por causa do Latim. Com o passar dos anos (estudei latim durante 8 anos + 3 na Faculdade de Letras) a Sintaxe tornou-se-me um modo de pensar que se foi afinando e me permitiu criar um novo modo de a entender – e que, agora, estou a divulgar, por ter como base o sentido do texto,  por revelar a sintaxe dos verbos atributivos,  por resolver o modo de análise das perífrases verbais, por eliminar a divisão de orações, que nunca deveria ter existido, etc. 

Tudo isto pode ser visto sem custos, pois que o acesso, no Google play é livre até à pág. 46. Aceito, e peço, críticas e sugestões de preferência aqui no Cibersintxe. Tudo explicarei e, sendo caso disso, corrigirei.

Depois deste parêntesis, regresso  ao Copilot e ao Gemini, de que falava; nem um nem outro dispõem ainda de estruturas de análise fiáveis a que, no campo da Sintaxe, possam recorrer. Tenho passado algumas horas com eles, e uns dias vejo-lhes progressos, noutros voltam à tradição.

Como é hábito, analisamos hoje um texto de Vitorino Nemésio, Mau Tempo no Canal, 336).

... uma falência, por mais estrondosa que fosse, era a melhor solução, deixando-lhes livres as vinhas de Campo Raso.

Nunca se pode tentar a análise sintática dum texto sem primeiro o lermos atentamente e apreendermos o seu sentido. 
Margarida está a dizer que “uma falência, apesar de ruidosa  no povo, seria a melhor solução, desde que  dessa falência não fizessem parte as vinhas de Campo Raso.

Oração composta

Suj.: uma falência; predicado: era a melhor solução; adjunto adverbial de concessão: por mais estrondosa que fosse.

     Por mais…que; por menos…que; por muito que… introduzem proposições concessivas                intensivas (Bechara, Gramática, p.603)  


- por mais estrondosa que fosse
Proposição subordinada concessiva (intensiva)

[esta oração foi adjunto na oração composta . Por ter desempenhado função sintática na oração composta, recebe agora a designação de proposição].

Suj.: ela (a falência); predicada: fosse estrondosa

- deixando-lhes livres as vinhas de Campo Raso
Proposição subordinada adverbial gerundiva

Suj.: ela (a falência); predicado complexo: deixando-lhes livres as vinhas de Campo Raso; complemento direto: as vinhas de Campo Raso; compl. indireto: -lhes.

(Nas páginas 10 e 11 da Gramática  - de acesso livre até à página 46 - explico minuciosamente a sintaxe do verbo deixar, verbo atributivo.

 

 

 



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