quinta-feira, 7 de novembro de 2024

 

As orações sintáticas não se dividem

Na análise sintática é um erro qualquer tentativa de divisão de orações, porque o sentido da maior parte delas só se completa pela sua ligação a outras.

1.     Uma oração (o sentido duma frase)  pode ser simples, como 

O João disse a verdade  
Oração simples
              Suj.: o João; predicado: disse a verdade; compl. direto: a verdade

Esta oração é simples porque exprime um sentido completo, sem necessidade de recorrer a outra oração para expressão da sua ideia.

2.     Mas a oração 
        O João disse que tu mentes 
        Suj.: João; predicado: disse que tu mentes; compl. direto: que tu mentes

Nesta oração (que é uma oração, uma unidade de sentido) aconteceu que precisou de outra oração para ir ao encontro do seu  complemento direto.

Na oração 1, simples, o complemento direto era um nome a verdade; na oração 2, composta, o complemento é uma oração: (que) tu mentes.

 Quem pode dizer a um aluno que João disse é uma *oração subordinante, não sendo ela, sequer,  uma oração?

Sócrates foi morto sob o pretexto de corromper a juventude. Foi um crime hediondo, causado por um pretexto.

E os professores que publicam gramáticas cheias de disparates não prejudicam gravemente a juventude?

E os professores que, atribuindo qualidade a essas gramáticas, as recomendam e ensinam, não prejudicam gravemente a juventude?

E as autoridades da Língua são ignorantes ou não se ralam?

 

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